quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um anjo chamado Irmã Francisca


Fiz e desfiz as malas várias vezes.
Quis partir com a vontade de ficar dentro de mim, a puxar-me como se fosse um íman. Ou então aquela ideia que vemos nos filmes e/ou desenhas animados em que aparece o bem e o mal em cima dos nossos ouvidos.
Depois quando estava de mala feita e com a verdadeira decisão de não insistir apareceu a irmã Francisca a senhora que me deu catequese durante quase todos os volumes. Foi embora já à uns quatro anos para levar a palavra a outro lugar e deixou-me um anjo pequenino que guardo na mesa de cabeceira.
Não se esqueceu de mim nem um momento. E quando me olhou disse: Filipa, a minha pequena de nariz comprido e de sorriso encantador.
Foi impossível não deixar cair uma lágrima mesmo pequenina.
Disse-me também que rezava por mim todas as noites, e eu acredito!
Olho-a como se minha avó se tratasse. Contei-lhe todas as coisas que fiz e não fiz, e quero fazer.
A irmã Francisca agarra no terço de uma forma muito bonita. O crucifixo com o Senhor fica na palma da mão como a ostra guarda a pérola. E então perguntou se me lembrava o porque desse gesto. E sim, lembro-me todas as noites, porque Ele precisa de descansar.
A irmã Francisca fez-me não querer partir.
Tive de desfazer a mala e ficar a pensar na bagagem que quero ter dentro dela.

1 comentário:

Ana disse...

Fiquei de lágrima no olho com essa explicação do terço.. E com o texto todo.
Guardo-te na palma da mão, para q descanses també, pode ser? =)